Guerra dos Tronos
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Rei de Westeros II

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Mensagem por NPC 11.10.17 13:04

Valerion


Alguns dias após à coroação, o novo rei acordou mais cedo do que o habitual, já que a ansiedade em governar gritava mais alto do que o cansaço físico. Valerion vestiu uma suntuosa túnica de veludo verde, outrora pertencente ao seu pai, colocou a coroa de ouro cravejada de pedras preciosas e parou para admirar a própria imagem diante do comprido espelho encostado na parede em frente à cama. Inspirou profundamente o ar da manhã e sentiu o cheiro do sal marinho. O céu ainda se encontrava tingido dos tons roxos e laranjas, típicos da chegada da alvorada. O vento fresco da manhã somado à brisa marítima entrava pela grande janela entreaberta e se espalhava como um véu pelo aposento real.

O café da manhã ainda não havia sido posto na mesa da sala de refeições, o que fez o rei bradar com os cozinheiros e lhes dirigir sérias ameaças caso não contornassem a situação dentro de trinta minutos. Enquanto isso, esperaria no Grande Salão.

O assento do trono de ferro lhe parecia mais adequado do que as poltronas macias de seu quarto. Era quase possível sentir a energia que emanava das milhares de espadas retorcidas e moldadas pelo fogo de Balerion. Gentilmente, passou as mãos pelos braços do trono, sentindo o alto relevo irregular das lâminas entrelaçadas. Pertencia àquele lugar e jurou a si mesmo que nunca permitiria que alguém se sentasse ali enquanto estivesse vivo.

Ao longe, ouviu o ruído de passos ecoando e fixou os olhos na porta, à espera de quem quer que estivesse chegando. A figura de Viserys surgiu pela porta dupla, com o manto carmim esvoaçando atrás de si. O tio do rei ajoelhou em reverência diante do trono.


- Vossa Graça. – disse, permanecendo na posição.

- Levante-se, Sor Viserys. O que faz acordado tão cedo?

- Sou o comandante da Guarda Real, Vossa Graça. Minha obrigação é protege-lo, independente do horário.

- Acredita que corro perigo?

- E não correm todos os grandes homens?

Valerion permaneceu quieto, pesando as palavras do tio. Foi invadido por uma sensação incômoda, como se algo terrível estivesse para acontecer.

- Já que estamos aqui, gostaria de discutir algumas coisas com Vossa Graça. Em especial, a situação na Baixada das Pulgas. Acredito que... - a mão estendida do rei o fez silenciar.

- Agora não, tio. Estou faminto e nada disposto a discutir qualquer coisa de estômago vazio. Falaremos à mesa do café da manhã.  

- Como quiser, Vossa Graça. – Viserys fez uma discreta reverência e se colocou ao lado do trono.  

Poucos minutos depois, Sohara, a rechonchuda chefe da cozinha, apareceu no umbral do Grande Salão. A mulher não se atreveu a percorrer o longo caminho até o trono, especialmente ao notar o olhar repressor de Viserys.

- Vossa Graça, o café da manhã já está servido. – a mulher fez uma reverência desengonçada e saiu rapidamente.

Os dois homens caminharam até a sala de refeições e sentaram-se à grande mesa de madeira, Valerion ocupando a cadeira de encosto alto em uma das pontas.


- Com licença, Vossa Graça. Devo colocar um prato para os demais? – Sohara encarou o chão, aguardando a resposta.

- Não há necessidade. A rainha Viserra precisa repousar. Está esgotada por conta dos últimos acontecimentos. Minha mãe e meu irmão também não virão. – Valerion respondeu sem olhar para a mulher e virou-se para o tio. – Falava sobre a Baixada das Pulgas. – E serviu-se de uma colherada de ovos mexidos com linguiça de carneiro e bacon.

- Pois bem. Há três dias teve início um motim por conta de duas fossas entupida, o que custou a vida de alguns de nossos soldados. De lá para cá, mais pessoas aderiram aos protestos, aumentando o número de homens assassinados. Considerando as circunstâncias de sua coroação, presumo que não possamos abrir mão de soldados a troco de coisas tão pequenas.

- O que sugere para resolver essa situação?

- Vossa Graça, não sou o mais indicado para lhe dar conselhos políticos. Aliás, é de extrema urgência que convoque o novo Pequeno Conselho, já que grande parte do seu pai segui Maegelle e a outra presa a mando do senhor.

- Você, como futura Mão... Sei que tem alguma sugestão, caso contrário não teria vindo até mim. Pois bem. Diga-me, Sor Viserys, o que sugere?

- Sugiro que contenhamos esse motim pela força. Exterminamos o problema e de quebra, mostramos aos cidadãos o que acontece com aqueles que se rebelam contra a coroa. Porto Real precisa respeitá-lo como novo governante.

- E o que faremos em relação às fossas?

- Podemos enviar homens depois que o início de rebelião for resolvido. Caso enviemos homens para desentupi-las agora, estes também serão assassinados. Você sabe como o povo é selvagem.

- Reúna quantos homens forem necessários e acabe com esse problema. – Valerion ordenou, partindo um pedaço de pão fresco e enfiando na boca.

- Como quiser, Vossa Graça. – Viserys puxou duas uvas verdes do vistoso cacho à sua frente e mordeu-as de uma só vez, sentindo o sumo azedo das frutas espalhar-se pela língua.

- Em relação ao Pequeno Conselho, tem indicação para algum cargo?

- Creio que deva considerar seriamente a possibilidade de nomear Lorde Baratheon como Mestre das Leis. Não podemos nos esquecer de que foi ele quem se prontificou a lutar por Vossa Graça. Ele tem tanta importância em sua coroação quanto nós dois. Ouvi dizer que o homem é um dos melhores estrategistas políticos de Westeros. Além do mais, seria bom ter a força do exército da Tempestade ao nosso lado. Também sugiro Lorde Tyrell e Lorde Arryn, para Mestre da Moeda e Mestre dos Navios, ambos demonstraram apoiá-lo no conselho, e devem ser agraciados por honrarias em seu nome.

- De fato é um bom plano. Somando o apoio de Jardim de Cima, do Vale de Arryn e de Ponta Tempestade, teríamos a maior força aliada de Westeros, e os outros Lordes Traidores teriam de se ajoelhar e pedir por misericórdia! – Valerion não conseguiu esconder a empolgação ao pensar naquela ideia.

- O que eles fizeram foi escolher uma das duas opções que tinham para rei de Westeros. Apesar de falarem por seus territórios, não significa que as famílias restantes de suas regiões pensem da mesma forma. Será que se envolveriam em um conflito armado? Mais além, será que comprariam a nossa causa? Alianças políticas são o que nos trazem homens de armaduras e espadas, Vossa Graça. Além do mais, ainda que tivéssemos o apoio de todos esses Lordes, se esquece de algo extremamente importante. Usando sua lógica de apoio, baseada no Conselho Real, Maegelle teria aliança do Norte, das Ilhas de Ferro e dos Lannister. As coisas não são tão simples, Vossa Graça.

Valerion analisou toda a situação, evocando a imagem do mapa de Westeros em sua mente. Viserys tinha razão sobre as complicações que envolveriam um conflito armado, considerando que todas as Casas fossem se comprometer com uma possível guerra. Depois de alguns segundos raciocinando, finalmente voltou a falar.

- Então temos que pensar em como resolver essas questões junto ao Pequeno Conselho.

- Acredito que essas sejam boas escolhas, Vossa Graça. – O Rei assentiu com a cabeça e Viserys continuou. – Sor Boros Haymond de Duskendale, deverá me substituir como Senhor Comandante da Guarda Real. Seus méritos como Cavaleiros e lealdade a nossa causa são extremamente valiosos.

- Pois então eu o convocarei para o cargo. Como é mesmo o nome daquele velho Meistre que fica sempre enfurnado na biblioteca? – Valerion ficou estalando os dedos médio e polegar, tentando lembrar o nome.

- Meistre Taven?

- Isso mesmo. – O rei relaxou na cadeira. – Ele será convocado como Grande Meistre. Agora, Sor Viserys, reúna seus homens e resolva a questão da Baixada das Pulgas. Em seu caminho, peça para que Meistre Taven venha até mim na Sala do Trono.

- Considere tudo feito, Vossa Graça.

Antes de Viserys se levantar da cadeira, dois soldados chegaram ofegantes na porta da sala. Tratava-se dos homens que guardavam a porta do Fosso dos Dragões.

- Com licença, Majestade. – um dos guardas encontrou fôlego para falar. -  Somos aqueles que guardam o Fosso dos Dragões e trazemos uma informação de que talvez Vossa Graça queira ter conhecimento.

- Espero que seja algo extremamente importante para perturbar meu café da manhã.

- E é, Vossa Graça; Príncipe Gaemon e Rainha Vaella deixaram Porto Real montando o dragão Vhagar.

O rei os encarou com um ódio que se acendia em seu peito e irradiava para todo o corpo. Levantou-se da cadeira e bateu as duas mãos fechadas na mesa, fazendo com que os pratos e talheres pulassem com o baque.

- Eu fui claro como água, seus imbecis. Ordenei que não deixassem ninguém entrar no fosso sem minha autorização.

- Mas Vossa Graça...

- Sumam da minha frente. – Valerion esperou até que os guardas saíssem para voltar a falar com o tio. - Está começando, Sor Viserys. Mas antes de tudo, ordene que executem esses inúteis que deixaram minha mãe escapar junto de Gaemon, aquele outro traidor. Quero ambos queimados!

- Benedict Velaryon também está em Pedra do Dragão, Vossa Graça. – Viserys pontuou.

- Não por muito tempo. Começarei drenando o poder de Maegelle ao cortar sua fonte rica de informações. Benedict Velaryon será o meu Mestre dos Sussuros. Eu quero também que informem a todas as casas que foram contra minha assenção no conselho real que os perdoarei caso me declarem por fim o seu Rei. Vamos podar todo tipo de arma que Maegelle poderá usar contra mim, quanto o campo estiver armado, vamos até Pedra do Dragão e traremos todos de volta para cá.

Viserys sorriu para o sobrinho com satisfação. Não podia se sentir mais orgulhoso do homem em que o rei havia se tornado.

- Seu reinado será longo e próspero, Vossa Graça. – a nova Mão disse, antes de desaparecer pela porta.

Spoiler:

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