Novo Rei de Westeros
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Novo Rei de Westeros
Rei Valerion I
A sala do trono estava abarrotada de nobres e plebeus que aguardavam ansiosamente a coroação de Valerion Targaryen. A rainha regente, Vaella Targaryen e seus filhos Gaemon e Viserra aguardavam a entrada do novo rei ao lado do trono de ferro. O Alto Septão estava parado ao pé da escada e segurava a coroa à frente do corpo, pronto para proclamar as palavras. A cerimônia estava uma hora atrasada e um murmúrio coletivo de indignação tomava conta da sala.
Valerion caminhava de um lado para o outro do lado de fora da Fortaleza Vermelha e olhava ansiosamente para o céu à procura de qualquer sinal de Caraxes. Não seria coroado sem que seu tio Viserys estivesse presente, afinal de contas, o homem desempenhara um grande papel em sua conquista. O herdeiro do trono não notou as três embarcações que aportavam no ancoradouro à sua direita. Viserys desceu de seu dracar acompanhando de quinze soldados Targaryen e caminhou em direção às escadarias que conduziam ao interior da Fortaleza Vermelha. Só foi notado pelo sobrinho quando seus passos e os dos soldados passaram a ecoar ao longe.
- Achei que estaria usando uma bela coroa a essa hora. Desistiu de se sentar no trono? – Viserys abriu os braços quando o sobrinho foi a seu encontro e os dois se abraçaram brevemente.
- Achei que não viria. – Valerion olhou de relance para os soldados atrás do tio. Forçou um sorriso, contrariado.
- Bom, acho que precisamos nos apressar. Os espectadores da coroação não devem estar nada contentes com o atraso. – Valerion se virou de frente para as escadas, mas a mão do tio se fechou em seu braço, impedindo-o de prosseguir.
- Foda-se como eles se sentem. Você é o rei e ninguém pode lhe dizer como deve agir e a que horas precisa fazer as coisas. Você diz às pessoas o que elas devem fazer e não o contrário. Precisa saber disso antes de colocar aquela coroa.
Valerion olhou para o tio por uns segundos antes de dizer. - Fodam-se todos eles. Mas estou ansioso para me tornar o novo rei. Quanto mais rápido eu tiver o poder total, mais rápido poderei minar o poder de Maegelle e de qualquer outro inimigo.
- Cá entre nós, sua irmã tem plena convicção de que estamos envolvidos com o assassinato de seu pai. É questão de tempo até que ela descubra algo. Seu cãozinho de estimação está junto com ela em Pedra de Dragão e ambos sabemos do perigo de ter alguém como Benedict Velaryon como aliado.
- Após o dia de hoje, os dias de minha irmã e todos outros inimigos estarão contatos... Trouxe seu manto dourado? – Valerion perguntou ao mesmo tempo em que avaliava a armadura cuidadosamente polida do tio. Ninguém podia dizer que Viserys era desleixado, pois até mesmo o dragão de três cabeças parecia exibir um brilho sobrenatural na placa peitoral.
- Achei que nunca fosse perguntar. – Viserys respondeu sorrindo e se virando para o soldado que estava atrás dele. – Vá buscar meu manto na cabine do navio. Seja rápido.
- Sim, senhor. – O soldado correu em direção ao ancoradouro, pulou para dentro da mbarcação e logo ressurgiu, carregando o manto dourado em ambas as mãos.
Viserys virou-se de costas para o soldado para que este pudesse prender o manto nas ombreiras da armadura mais brilhante de todo o reino.
- Demorou muito. – Viserys reprimiu o homem que, por um momento, achou que teria sua vida abreviada naquele momento.
- Podemos? – Valerion perguntou. O tio assentiu com a cabeça e apertou o ombro do sobrinho.
No momento em que entrou no salão, com Viserys em seu encalço, Valerion notou que meistre Tackard sussurrava alguma coisa ao ouvido de Vaella. A rainha regente tentou esconder a indignação, mas Valerion havia aprendido a reconhecer as mínimas expressões faciais da mãe. - O que será que esse rato velho está colocando na cabeça de minha dela? - pensou, incomodado.
Cada passo seguinte se tornou pesado, como se o novo rei carregasse um enorme fardo sobre os ombros. Olhou de Vaella para Gaemon, que o encarava com uma visível expressão de desprezo e dele para Viserra, que carregava o mesmo semblante infeliz desde a morte do pai. O caminho até o trono de ferro, delimitado por um corredor humano e enfeitado com um extenso tapete carmim, pareceu interminável. Valerion sentia todos os olhares fixos nele, como se aquelas pessoas pudessem enxergar dentro de sua alma.
- Usurpador. – ouviu uma voz dizer ao longe, mas não se atreveu a olhar. Devia estar preparado para aquele tipo de acusação daquele momento em diante. Contanto que não houvesse provas concretas, não havia o que temer.
- Vossa Graça. – o Alto Septão murmurou, quando Valerion chegou até ele.
O novo rei sorriu para o velho e ajeitou a túnica de veludo vermelha com o símbolo Targaryen em dourado. Viserys passou pelos dois, subiu os degraus e se posicionou ao lado da irmã.
- Ele será um ótimo rei. – sussurrou Viserys para Vaella.
- Ele será o melhor rei que já pisou em Westeros. – Vaella pontuou, sem olhar para o irmão.
Valerion virou-se para os dois com um olhar repressor. A mãe o encarou com um sorriso amável, enquanto o tio abaixou a cabeça em reverência. Então, o novo rei virouse para o Alto Septão. - Seja breve. - O Alto Septão lançou-lhe um olhar acuado como resposta e entoou.
- Eu, agora, proclamo Valerion, da Casa Targaryen, o primeiro de seu nome, Rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Protetor dos Sete Reinos. - Delicadamente, o velho homem pousou a larga coroa dourada sobre a cabeça de Valerion.
Viserys puxou uma salva de palmas, que foi seguida apenas por metade das pessoas presentes na sala. O novo rei de Westeros subiu os degraus, evitando o olhar de seus familiares e sentou-se no trono de ferro. Levantou uma das mãos, pedindo o silêncio daqueles que insistiam em continuar com as palmas.
- Obrigado a todos os presentes. É uma honra suceder meu pai, o Rei Jaehaerys I, seu reinado foi longe e próspero e eu desejo seguir com seu trabalho, desempenhando o papel de Rei Justo e Honroso que ele foi... Sendo assim, anuncio meu primeiro ato como Rei de Westeros. – olhou para o tio e para os membros da Guarda Real. – Levem meistre Tackard para as masmorras. Lá será sua nova moradia até que seja devidamente julgado pelo assassinato de meu pai, Jaehaerys Targaryen.
O velho Tackard olhou assustado para os homens da Guarda Real que se aproximavam de todos os lados. - Isso é um engano. Não tive nada a ver com a morte do rei. Sou inocente.
A multidão na sala se mostrava pasma, enquanto o velho meistre era conduzido para fora da sala do trono. Valerion se sentiu invadido por uma crescente excitação. Não imaginava que a sensação de poder fosse tão prazerosa, mais do que a primeira vez em que sentira o calor do corpo de Viserra. Era como estar embriagado com o vinho mais saboroso de todo o mundo. Era olhar para todas as outras pessoas e, diante de sua pequenez, senti-se tão grandioso como um dos Sete. Ocupar aquela posição era tudo o que importava agora.
- Maegelle Targaryen, também deverá testemunhar sobre o caso, está oficialmente convocada para comparecer ao Julgamento de Regicídio.
Enfim, o trono de ferro é meu.
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