O Pesadelo
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O Pesadelo
Holly
Holly estava ajoelhada em frente à Árvore Coração do Bosque Sagrado, com ambas as mãos unidas e os olhos fechados, enquanto seu rosto estava voltado ao chão. Não havia conseguido descansar naquela noite após um terrível pesadelo, onde via as laminas do Trono de Ferro voarem em direção aos Targaryen para, logo em seguida, sangue voar ao ar. A bela moça havia desistido de tirar um cochilo após "presenciar" a cena e decidiu que já era hora de ir ao Bosque Sagrado recorrer aos deuses que tanto confiava, e cuja fé dizia que traria sabedoria diante da situação, ou, ao menos, a acalmaria.
- Por quê? Por que sonhar algo assim...? - Ela abriu os olhos e os voltou ao rosto da árvore, uma face triste e que, de certa forma, a fazia sentir que estava realmente conversando com ela - Seria um sinal? Uma metáfora? Eu não gostaria de... - Parou de sussurrar diante do barulho de passos que vinham à sua direção. Com cautela, ela se levantou e virou.
Não havia percebido que um bom tempo já havia se passado enquanto ela estava ali, mas os rapazes já estavam se aproximando para o seu treino, onde um carregava duas espadas e outro carregava uma espada e um escudo. Percebeu que o do espada e escudo olhava para o vestido dela, de cor azul escura.
- Ainda não entendo porque a Senhora insiste em treinar usando isso. - O rapaz riu e voltou os olhos aos olhos dela, fazendo uma reverência em seguida.
Holly sorriu e ergueu a mão para o outro rapaz que, enquanto a reverenciava, entregava uma das espadas para ela - Uma das coisas que aprendi com as histórias do meu pai é que devemos provocar treinos através de desafios. É mais difícil pra mim treinar assim e isso exige mais das minhas habilidades - Ela deu uns passos para trás, enquanto que o rapaz de espada e escudo se aproximava dela. - E, afinal, eu estou de vestido na maior parte do tempo. Não deveria estar preparada para algo sempre?
Trocaram sorrisos e iniciaram o treino. A garota era rápida e usou a espada de madeira, que estava em sua mão direita, para investir um golpe na lateral do rapaz, o qual se defendeu usando o escudo. Logo em seguida, ele usou a própria espada para tentar acertá-la, mas ela demonstrou rapidez ao desviar do golpe e logo investir outro nele, que também foi defendido. Esse ritmo se repetiu várias vezes, mas ambos perceberam que as habilidades dela estavam cada vez melhores, tanto para ataque quanto para desvio/defesa. Após alguns minutos, foi a vez do outro rapaz tentar acertá-la, e, assim as espadas de ambos se chocaram diversas vezes, até ele ser acertado e ela se dar por vencida.
- Você está pior ou estaria eu melhor? - Ela sorriu, um pouco ofegante, enquanto usava a mão esquerda para ajeitar os seus cabelos ruivos. Ali, numa noite de lua cheia, seus olhos violetas pareciam brilhar mais.
O rapaz de espada e escudo voltou à ela - Vamos. Numa batalha, você não tem tempo de descanso. - E logo ele investiu um golpe nela, que, apesar de ter bloqueado, caiu no chão logo em seguida. - Já está fraca? Não aguenta mais?
Caída no chão, Holly sorriu e se ergueu com rapidez, logo voltando à posição de combate - Jamais. - Então ela voltou a investir contra ele, causando o mesmo ritmo anterior o qual ambos estavam. Até que, após um certo tempo, ela conseguiu desferir um golpe no ombro dele e ele deixou a espada cair no chão. Apenas o escudo não foi o suficiente para se defender de todos os golpes seguintes da ruiva e logo ela o derrubou. - Viu...? - A garota falou, um pouco mais ofegante.
- Sim... - Ele sorriu, tão ofegante quanto ela, e se levantou - Creio que já está na hora de tentarmos algo mais difícil da próxima vez.
Ela entregou a espada para o outro rapaz e passou a caminhar à direção da saída do Bosque Sagrado - Claro. E não esqueçam de trazer a adaga de madeira, rapazes.
- Pode deixar, Senhora. - Eles a reverenciavam novamente, enquanto a mesma se afastava.
Treinar estava fazendo tão bem para a sua mente e corpo que ela acabava relaxando, até esquecendo do pesadelo de antes enquanto estava com eles, mas, conforme foi voltando para os aposentos, foi surpreendida por um dos guardas, exigindo que a mesma fosse à câmara privada que se encontrava acima do Grande Salão, com objetivo de reuniões menores.
HP: 550/550
ST: 485/500
ST: 485/500
Grover Tully- Casa : Tully
Local de Nascimento : Correrrio
Re: O Pesadelo
GROVER
Ele estava em seu assento quando a filha chegou à câmara. Logo percebeu que a mesma estava treinando, pelo aspecto bagunçando de seus cabelos ruivos e o vestido um pouco sujo. Não reclamou, mas percebeu que Alayne não havia gostado do que estava presenciando.
- Onde você estava? - A mulher falou, brava, em pé e ao lado da mesa - Você está toda bagunçada. Como pode chegar assim desse jeito?
- Mãe. - Rickard falou num tom sereno, mas cortante, como um sinal de que a mãe deveria parar - Nenhum de nós estava preparado para uma reunião à essa hora da noite. - O garoto encontrava-se sentado do outro lado da mesa.
- Desculpe-me, senhora. Prometo que não irá se repetir. - A garota fez uma reverência à madrasta, tentando acalmar a situação.
E, finalmente, Grover decidiu falar - Silêncio. Filha, sente-se, temos assuntos a tratar - Após falar à jovem, ele percebeu que a garota havia notado algo de estranho e também viu a mesma olhar para os que estavam presentes ali, entendendo que, ao estar somente os 4, era um assunto delicado para ser tratado com pessoas de fora.
- O que houve? - Holly perguntou, enquanto se sentava, olhando para os olhos do pai. Aqueles mesmos olhos violetas da sua mãe - O que é essa carta na sua mão?
Nesta hora ele se viu surpreso por ela ter percebido até mesmo esse detalhe. Então ele olhou para o objeto e logo voltou a olhar para a filha e para os olhos dos que estavam à sua volta - Jaehaerys foi assassinado. - Nos próximos segundos, ele percebeu o espanto dos três, mas viu que a sua filha pareceu mais espantada que os outros dois, algo que ele não previa. Por outro lado, previu a atitude da esposa.
- Assassinado? - Alayne falou num tom mediano, para que o som não chegasse aos ouvidos das outras pessoas - O que diz? Eles descobriram quem o assassinou?
- Não. Mas eles vão tentar. - Grover respondeu, pensativo e olhando para o papel.
- Pobre Vaella... Ela não merece passar por isso. Ambos são tão bons - A mulher levou as mãos aos olhos, que já estavam cheios de lágrimas.
- Fala algo sobre os filhos dele? - Rickard perguntou - O que eles vão fazer?
- É uma convocação, não é? Eles querem que as Casas votem em quem acham que deve ser o sucessor - Holly falou logo em seguida ao irmão.
Neste momento, Grover levou os olhos aos da filha e percebeu que Alayne e Rickard fizeram o mesmo para, logo em seguida, voltarem a olhá-lo.
- Votar? Como assim? A lei diz que o filho mais velho deve ser o sucessor. Qual o problema nisso? Óbvio que Valerion prevalece sobre Gaemon, não há dúvidas. - Alayne falou enquanto olhava para o marido, um pouco indignada e sem compreender o motivo.
Grover voltou a olhar para o papel - Sim, é algo óbvio. A não ser que outro nome tenha sido cogitado... Afinal, Valerion não foi a primeira criança que Vaella teve.
- Maegelle? - Rickard falou, surpreso - Mas por que eles cogitariam Maegelle em vez de colocarem Valerion logo?
- Talvez este tenha sido o desejo do rei - Holly voltou a falar, olhando para os olhos do pai de maneira analista - Quem o senhor pretende apoiar?
- Como assim? - Alayne voltou a falar, indignada - É óbvio que Valerion! O correto é seguir a lei. E a lei é clara para que a sucessão seja dele - A mulher falava, enquanto olhava para Grover.
- Eu acho que Maegelle é uma boa pessoa e boa escolha... - Rickard falou num tom mais baixo, olhando para o lado para que não encarasse os olhos da mãe.
Alayne voltou a olhar para o filho - Maegelle?! Você acha qu...
Silêncio. - Grover falou num tom sério e bruto, um tom que a sua família raramente presenciava. E, por isso, os três se calaram e olharam para ele. O homem olhou para os olhos da filha - Quem você acha que seria uma escolha melhor?
Holly olhou para o pai e ficou pensativa por uns segundos. Em seguida, olhou para a madrasta e começou a falar - Senhora... A senhora mesmo disse que Jaehaerys foi um rei bom, correto? - A mulher limitou-se a balançar o rosto de maneira afirmativa - Todos nós sabemos o quão ele foi sábio e o quão bem ele fez para todo o reino. Se ele foi tão bom, por que ele faria uma escolha ruim justamente na parte de sucessão? - A filha voltou a olhar para o pai - A regra diz que o homem mais velho deve suceder, mas e se Jaehaerys percebeu que Maegelle era uma escolha melhor e decidiu seguir o jeito de Dorne? - E, por fim, Holly voltou a olhar para mãe - Afinal, homem ou mulher, todos temos nossos pontos fortes e fracos. Ele decidiu que quem fosse mais velho merecia o trono, independente do gênero, e se baseou no caráter de Maegelle para tomar essa decisão.
A sala ficou em silêncio por alguns segundos e logo Alayne voltou a falar, agora num tom mais calmo, enquanto olha para o marido - Maegelle, então?
Grover seguiu pensativo e voltou a olhar a carta por mais um tempo. Depois, olhou para cada um dos três e terminou na filha - Temos um mês ainda para decidir. Peçam aos deuses que nos deem sabedoria para tomarmos a melhor decisão. Não creio que algo bom venha daí. - Ele se levantou do assento e deixou os três para trás.
HP: 550/550
ST: 500/500
ST: 500/500
Grover Tully- Casa : Tully
Local de Nascimento : Correrrio
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