Guerra dos Tronos
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[Trama Secundária II] O Ferro Indobrável

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Mensagem por Cecilian Blackwood 15.10.17 4:36

Cecilian Blackwood


A calmaria de Correrrio era estranha para mim, durante essas semanas acordando em uma cama diferente, ainda não me via vivendo em Correrrio. Suspirei duas ou três vezes, debrucei-me de preguiça e senti o corpo dolorido antes de me levantar.

Mais tarde, a dama que servia a senhora Tully, tocou em meus cabelos, era calada; enquanto eu era acostumada com Jullie e suas falácias logo pela manhã de bom humor. Carol Mallister, era muito mais experiente com vida do que Jullie, as poucas conversas que tive o prazer de concluir com ela foram fundamentais para criarmos um simples laço de confiança.

Ela não se conteve naquela manhã e elogiou os meus cabelos, disse que eu sempre fui uma garota bonita e que Rickard fez errado em me rejeitar, mal sabia que eu havia rejeitado Rickard muito antes.

-Mas e teu coração? Ele pertence a alguém? - Perguntou ela.

Mordi meus lábios por alguns instantes, respirei fundo e a respondi num sopro:
-Sim. - Saira não somente de meus lábios, mas também do meu coração.

Há noites e dias que meus pensamentos vagueiam pelas lembranças de Porto Real. O olhar dele sobre mim, os embaraços,  o meu toque sobre o seu rosto. As lembranças o traziam vida aos meus sentimentos os quais criei desde o torneio pelo cervo, e era ele quem eu desejava para estar ao meu lado, principalmente agora que eu não era meramente uma Lady de uma Casa vassala, eu era Lady da Casa do Protetor do Tridente. Mas os últimos  murmúrios sobre suas conquistas e suas supostas intenções foram o suficiente para criarem certas tensões em meu coração.
-Quem és?- Indagou ela.
-Um Lorde. - Não temi em responder, o meu interesse havia crescido nos últimos tempos.
-Ele a cortejou em Porto Real?
-Aparentemente sim. - Respondi.- Mas temo que com tempo seu interesse tenha mudado e tenha se esquecido de mim.
-Com esses olhos, acho que jamais seria esquecida. - Disse ela prendendo meu cabelo.

Eu estava apaixonada, temi por mim e essa fase de desilusões sóbrias a qual metade de mim gostaria de cair de um precipício direto em seus braços, e outra que se debatia com razões para me calar. Nunca havia pronunciado o nome dele, nem mesmo para mim, com medo de que aquilo tomasse conta de mim.

Levantei-me e saí de meus aposentos. Meus pés mal saíram do quarto quando um dos soldados trouxe o recado de meu irmão Tristan para que eu comparecesse ao Grande Salão. Segui-o apressadamente.

Estar em Correrrio e toda a responsabilidade carregada agora pela família, tinha tornado nossos dias intensos, os corvos de todo dia, os julgamentos... os choramingos dos Lordes era o que mais irritava, pareciam crianças mimadas tentando apontar o dedo um ao outro apenas para conseguir uma briga.

Ao chegar no Grande Salão, havia uma movimentação estranha de pessoas, uma presença maior do que de costume, deparei-me com o meus irmãos e com dois homens presos pelos soldados da Casa Darry.
-O sol mal raiou em nosso céu, pela glória dos Deuses o que fazem aqui? - Tristan parecia de mau humorado.

Ele tinha razão, os primeiros raios de sol escapavam pela janela principal e iluminavam nosso semblante de sono.
-M'lorde, somos da Casa Darry, pegamos esses dois nobres da casa Humble nas redondezas de Correrrio, acusamos-os de sequestrar, estuprar e matar as jovens sobrinhas do nosso Lorde. - Tomou a frente o chefe dos soldados.

Nobres da Ilha de Ferro se divertindo a custa de nossas mulheres, sentia que as histórias contadas por nossos pais tendiam a se repetir. Não era de se esperar muito, sua cultura podre e ignorante vinha de gerações aterrorizando o povo das Terras Fluviais e principalmente a Ilha dos Ursos, minha mãe contou que as mulheres Mormont eram ensinadas a lutar para se defender da chegada deles nas tentativas incansáveis de retomar a Ilha dos Ursos.

Eram dois nobres de semblantes muito jovens. Um deles tinha os cabelos castanhos, olhos escuros e uma cicatriz próximo a boca, a barba parecia nunca ter crescido em seu rosto. Já o outro, tinha a barba castanha mal feita, olhos mais claros e lábios pálidos. Suas fisionomias eram parecidas, era possível notar familiaridade entre eles.
-Quais são os vossos nomes? - Tristan perguntou.
-Damon e Breno Humble. Filhos do Lorde Humble.

Os homens foram levados à nossa prisão pelos nossos soldados. Os soldados da Casa Darry partiram com um recado do meu irmão:
-Chamem o seu Lorde. - Deu uma pausa. - Haverá um Conselho para o julgamento.

Pelos Deus Antigos, meu coração explodia a cada batida, estávamos em uma alta montanha prontos para sermos arremessados a qualquer momento. Tristan demonstrava indiferença, mas eu me deixei toca pelo desespero da situação tão frágil que estávamos prestes a lidar.

Corvos foram enviados pelas minhas mãos, mas as palavras eram de Tristan; todos os Lordes das Terras Fluviais foram convocados a comparecer ao Conselho. E houve um corvo especialmente para o Jardim de Cima direcionada para Quellon Greyjoy.

Um Greyjoy era a última coisa que queríamos em nossas terras, mas era necessário a sua presença na tentativa de sairmos ilesos de qualquer problema.


Deuses Antigos ouvi-los
Spoiler:
Cecilian Blackwood
Cecilian Blackwood

Casa : Blackwood
Local de Nascimento : Ilha dos Ursos
Feminino

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[Trama Secundária II] O Ferro Indobrável Empty Re: [Trama Secundária II] O Ferro Indobrável

Mensagem por Tymo Blackwood 16.10.17 14:42

Ethan Blackwood


Caminhei a passos firmes até a prisão, estava acompanhado por parte de meu séquito, que constantemente me seguiam em missões de campo. Estavam ali três de meus cinco homens de maior confiança, a qual pude testar inúmeras vezes durante as poucas semanas em que havíamos nos alojado em Correrrio.
O corredor era frio e gélido, tão ou mais quanto o tempo lá fora, cada vez mais soturno ao passar das luas. Sentia que os Deuses começavam a despejar sua ira sobre nós. Não sabia ao certo, mas possivelmente havíamos os desapontado muito. Era como se um castigo estivesse próximo. Tal pensamento me fazia arrepiar os pelos da nuca. Fomos criados sob a crença dos Antigos Deuses, portanto, acreditávamos em suas manifestações em nosso plano. Os Blackwood costumam ser muito bons em enxergar sinais.
Estava vestido de aço por inteiro, cinzento, pomposo e pesado. Minha capa vermelha era sobreposta às costas, presa em dois brilhantes umbrais. Uma cota de malha vermelha por baixo, juntamente ao símbolo da Casa Blackwood estampado em meu peitoral, complementavam minha vestimenta de Chefe da Guarda do Protetor do Tritende. Meu irmão havia me confiado tal tarefa, da qual ainda tentava me adaptar.
Preferia muito mais o cheiro inebriante das prostitutas do que o dos cavalos. Trocaria mil vezes o tilintar das lâminas pelo embriagar dos galões de vinho. Meu único prazer na nova função era a salva guarda da execução. Ter o poder da vida e da morte deslizando por meus dedos era tão prazeroso quanto um orgasmo. Tão delirante quanto o sexo oral de duas belas concubinas. Realizo tal afirmação justamente por já ter experimentado tais prazeres mundanos. Muitas e muitas vezes durante minha ainda curta vida.
***

Penetrava a prostituta com tanta força que o barulho da fricção podia ser ouvido em todos os quartos ao redor. O falso grito de prazer emitido pela mulher curvilínea só me fazia aumentar ainda mais a potência do ato. Naturalmente havia uma troca ali, mas não de sexo por dinheiro, muito menos de prazer, mas sim de tranquilidade pelas moedas que jogava sobre o seu corpo suado após a fornicação. Descarregava todos os meus problemas por meu pênis, como se a ejaculação me expurgasse um demônio.
Estava prestes a alcançar o ápice quando puxei-a pelos cabelos, tirando-a da posição de quatro apoios e deitando-a, abrindo suas pernas, e olhando o seu rosto enquanto finalizava. Era uma jovem mulher de cabelos encaracolados e negros, na altura das costas. Estava completamente tomada pelo suor, e cerrara os olhos enquanto eu seguia tomando-a com força.
Fechei os olhos por um instante, preparando-me. Por meros segundos após abrir, como um raio que nos alcança a vista, cegando-nos, enxerguei ali, no rosto da concubina, as feições de Cecil. Vi seu rosto de jasmim, senti o doce cheiro de seu perfume. Ela me olhava e sorria. Aumentei então a velocidade dos movimentos, findando em um orgasmo que me retirara as forças. Tombei para o lado, pasmo, tenso. Respirava de forma sôfrega. Encarei novamente a prostituta, que agora espalhava o meu líquido por seu torso. Não era Cecil. Voltara a ser apenas a jovem de cabelos encaracolados.
Passei as duas mãos sobre os olhos, pasmo. Suava frio. Enquanto isso lá fora, uma torrencial tempestade começava a assolar Correrrio.

***

Ainda me lembrava bem do que ocorrera na primeira noite em que havia chegado nas terras em que agora estava. Vira Cecil na prostituta. Vira minha irmã sob a face de outra mulher e mesmo assim não parei. Senti meu pescoço tenso ao retomar as lembranças. Respirei fundo, e tentei deixar aquilo escorrer por meus pensamentos, como água suja em uma vala.
Acabávamos de chegar ante a cela em que Damon e Breno Humble, filhos do Lorde Humble, encontravam-se encarcerados. O primeiro tinha os cabelos castanhos, olhos escuros e uma cicatriz próxima à boca. Já o segundo tinha olhos mais claros e lábios pálidos. Os dois exalavam medo ante o destino que teriam. Aproximei-me, compenetrado.
— Sabem que são acusados de abuso e assassinato ante as sobrinhas de Lorde Darry. – Nenhum dos dois se manifestara. – Vocês me dão nojo... Nobres. – Disse em escárnio, cuspindo sobre um deles. – Terão o destino merecido, malditos. Mal sabem a trama política que acabaram de enlaçar com a estupidez que cometeram.
Sentia meus olhos queimarem. Levei a mão direita à bainha, retirando parcialmente minha espada, deixando boa parte da lâmina a mostra.
— Eu deveria matá-los agora mesmo. Arrancaria a cabeça dos dois com um único golpe, e ainda beberia o seu sangue. Mas não o farei. Não valem nem isso. – Recolhi então a espada. – Cabe ao Protetor do Tritende resolver essa questão. Tristan saberá o que fazer. – Dei as costas, minha tarefa já estava feita. Precisava mostrar autoridade naquele momento. Antes de deixar as celas, proferi uma última ordem. – Deixe-os sem comida pelo máximo de tempo que puderem. Ratos não merecem ser alimentados.
Deixei então a prisão a passos firmes, queixo erguido. Liberei a parte do séquito que me acompanhava e me dirigi a meu aposento. Ao atestar que estava sozinho, em um dos corredores, estacionei. Respirei fundo e encarei minhas mãos. Estavam trêmulas.
Enxuguei o suor da testa e senti que estava frio. Meus olhos piscavam ininterruptamente, e achei naquele instante que iria desmaiar. A imagem da prostituta retornara a minha mente. Sua transmutação em Cecil também. Senti uma pontada no peito, uma dor aguda no meio da cabeça. Mas que diabos! Exclamei enquanto tentava me recompor.
Apoiei-me nas paredes, caminhando sem rumo, sem saber ao certo que direção seguir. Só queria que aquela maldita sensação cessasse logo. Talvez fosse o peso da responsabilidade, somado ao cansaço que a nova função me trouxera. Tentava encontrar alguma desculpa, alguma maldita resposta que fosse. Mais do que nunca precisa urgentemente de uma bebida.
Parei então repentinamente, de súbito. Arregalei os olhos e o que vi só fizera meu coração palpitar ainda mais.
Estava diante dos aposentos de Cecil.

[ST 500 / 500] [HP 550 / 550]
Tymo Blackwood
Tymo Blackwood

Casa : Blackwood
Local de Nascimento : Solar de Corvabor
Masculino

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Mensagem por Quellon Greyjoy 16.10.17 22:52

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Capítulo I – O Senhores do Tridente

Quellon Greyjoy

A viagem havia sido extensa, desde que saímos de Jardim de Cima Sor Robert não parava de reclamar da viagem, segundo ele, deveríamos ter ido de navio. De fato, seria muito mais rápido, contudo, o navio partiu para As Gêmeas com alguns servos, achei que seria uma opção bem mais adequada, sem contar que conheceríamos melhor o continente.

Havíamos passado pela Colina de Prata e até mesmo pelo Septo de Pedra. De certo as Terras Ocidentais tinham o seu charme, porém, aos poucos adentramos nas Terras Fluviais, o lugar tinha um clima ameno e úmido, muitos lagos e rios. Estávamos seguindo pela Estrada do Rio, a marcha era lenta, estávamos todos a cavalo e prontos equipados. Acompanhando-me haviam cem homens, todos os que estavam comigo em Jardim de Cima partiram comigo para Correrrio.

Séculos atrás quando Aegon I, o Conquistador, trouxe a conquista até Westeros, as Terras Fluviais e as Ilhas de Ferro se juntaram para derrubar Harren, o Negro. Contudo, através dos séculos, a relação com os homens do rios estavam ficando cada vez mais complicada. Confesso, nós havíamos provocado isso, saqueávamos e estupravamos suas mulheres, e escravizamos seus homens. Mas com o tempo havíamos mudado os nossos antigos costumes. Os Humble fizeram muito mais do que quebrar os tratados, eles haviam despertado os Velhos Costumes, dependo da decisão que eu tomasse, poderia afetar até mesmo minha relação com o meu povo.

Escondido em meios a floresta e as colinas havia um castelo. O castelo estava no meio de um lago, e cruzado por um rio em suas retaguarda, havia uma larga ponte em que dava para se passar. O Castelo não era fortificado como Pyke, nem grandioso como Jardim de Cima, contudo, era imponente e modesto. Estávamos em Correrrio, antiga sede da Casa Tully.

Pelas muralhas do castelo ainda estavam estampados o símbolo da truta, que por muito tempo imperou pelas Terras Fluviais, pobres Tully, mas aos poucos estavam mudando para as cores vermelho e preto com o símbolo do represseiro da Casa Blackwood. Eu não conhecia muito sobre eles, apenas que eram rígidos, e fieis aos Deuses Antigos. Não passavam de fiéis ao meu olhar. Porém, eu precisava resolver a situação. Talvez até algo mais ousado.

“Milorde, descobri o nome dos garotos.” - disse-me Urrun Tawney - “Damon e Breno Humble, são os filhos herdeiros de Lorde Maron Humble.”

“Eles foram longe demais com os costumes.” - disse rispidamente enquanto me aproximava do castelo.

De longe cavalgando venho um soldado ao meu encontro. Cabelos ruivos e olhos claros, cavalgava de maneira imponente, junto com ele havia mais seis cavalheiros. Eles olharam desconfiados uns para os outros e observaram nossas bandeiras, eu poderia jurar que ele estava assutado.

“Bem-vindo Lorde Greyjoy” - disse o cavalheiro - “Estávamos aguardando sua chegada, Lorde Tristan estava a vossa espera.”

“Então, o que estamos esperando.” - disse para o cavalheiro que nem sequer se apresentou - “Viemos em paz, queremos apenas que nos entreguem nossos meninos, para que sejam corrigidos conforme ao costume.”

Assim que disse o cavalheiro Blackwood assentiu com a cabeça nos mandando seguir com ele para dentro dos portões. Eu estava de armadura completa, inclusive carregava o meu machado de guerra, Fúria do Kraken, mesmo vindo em paz, não sabia o que poderíamos enfrentar. Ajeitei meu tapa-olho e adentrei para além dos portões de Correrrio.
HP: 550/550
ST: 475/500
______________________________________
[Trama Secundária II] O Ferro Indobrável Greyjo13

Considerações:
- ( https://guerradostronos.forumeiro.com/t593-trama-secundaria-ii-o-ferro-indobravel-na-campina ) - Continuação da Trama advinda da Campina
- Descontei de ST devido a viagem de uma região a outra.
- Considerei como “capitulo 01”, pois a primeira parte foi a introdução dos fatos que hão de ocorrer.

1)Jardim de Cima<-> Bosquedouro
2) Bosquedouro <-> Colina de Prata
3) Colina de Prata <-> Septo de Pedra
4) Septo de Pedra <-> Correrrio
Quellon Greyjoy
Quellon Greyjoy
Lorde Greyjoy
Lorde Greyjoy

Casa : Greyjoy
Local de Nascimento : Pyke, Ilhas de Ferro
Masculino

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