De volta as suas raizes

Há uma semana atrás um corvo chegou em Solar de Colheitas com uma mensagem para Edward, seu irmão e agora Lorde Baratheon, Ormund, havia partido de Ponta Tempestade e deixado o castelo sobre os cuidados de Jon Connington. Em uma breve reunião com Lorde Gerald Selmy foi acordado dele ir para seu local de nascimento junto a cinco soldados, assim então privilegiando uma rápida conclusão de percurso entretanto sem descuidar da proteção do jovem Baratheon. A viagem apesar de tranquila serviu para o rapaz entender seu povo, buscando um tratamento normal, Edward se apresentava como escudeiro de uns dos seus guardas. Foi assim que conseguiu ouvir rumores sobre os recentes acontecimentos. Dentre os tantos, alguns especulavam que Jaeharys tinha sido morto pela rainha porque ela queria dar o trono a um de seus filhos, um fanático religioso dizia "esses malditos meistres foram eles! Estes malditos que acham que tem poder de curar as pessoas foram eles" e os mais criativos costumavam dizer que Maegelle era uma bastarda, filha de Vaella e Viserys, então por isso a vontade do rei devia ser ignorada e o trono iria para Valerion. O que ficava claro com todos esse boatos era o desespero do povo a dar soluções ao mistério da morte de Jaeharys, pois o fim de um bom reinado causava medo de o que poderia ser o proximo.

Após tantos anos ver Ponta Tempestade foi como um sonho para Edward, tudo era tão grandioso quanto nas historias contadas pela sua ama de leite de Solar das Colheitas, as enormes muralhas feitas de pedras lisas e curvadas, a torre redonda que podia ser vista a considerável distancia e os confortáveis alojamentos. No dia de sua chegada uma terrível tempestade assolava a região, o solo lamacento sujou as botas de todos e seus longos cabelos encontravam se encharcados, antes de mais nada o Baratheon mandou acender os braseiros e pediu que uma bacia de água quente fosse posta em seus aposentos para que o frio fosse expurgado. Costelas de carneiro assadas com alho e ervas vieram juntas a um vinho fervido para acabar com sua fome. Enquanto comia sua refeição alguém bateu em sua porta, após dada a permissão de entrar um velho que só poderia ser um meistre adentrou.

- Bem vindo ao seu lar Ed...- a sua fala foi interrompida pelo alto estrondo de um trovão

- Seja o que for meistre, me dê essa noite de descanso e amanhã resolveremos.

- Mas m'lord preparamos uma comemoração em homenagem a sua chegada, o povo clama por conhecer filho mais novo de Nikola Baratheon.- o olhar dele em busca de aprovação por essas bajulações me irritava mas acabar com celebrações em tempos tão ruins não era meu feitio

- Farei como pede, contudo me dê um tempo para me vestir.

Quando fui deixado a sós, pedi para os servos que levassem o resto da comida e me trouxessem roupas apropriadas para a ocasião. Seria a primeira vez que o povo veria "Edward Baratheon" e a sua imagem tinha que projetar confiança em seus corações, eles precisam estar preparados para lutar por nossa casa até a morte e só farão isso se nós passarmos uma segurança para eles. Vesti então um gibão dourado que estampava um veado negro em seu peito, calções de lã escura e botas de couro flexível.  O Baratheon rumou em direção ao grande salão, os seus passos tinham ritmo oscilante ora queriam chegar o mais rápido possível ora quase não tiravam do lugar, a consciência de saber que todos buscavam alguém tão bom quanto seu pai o deixava nervoso. Quando apareceu na celebração rapidamente todos os olhares se voltaram para ele, muitos rostos dos quais ele nunca tinha visto em sua vida o vieram cumprimentar e o máximo que pode fazer para retribuir foi dar-lhes alguns agradecimentos e sutis sorrisos.     

A comemoração prosseguiu com cantores e contadores de historias encantando os ali presentes. A comida servida foram tortas de carne de porco, cebolas grelhadas, costelas de carneiros entre algumas outras coisas. Alguns lordes bêbados dançavam e celebravam com ao som da musica. Meistre Thawin se encontrava numa área mais afastada da mesa principal conversando com pessoas as quais Edward não conseguia identificar, ao perceber que havia capturado a atenção do jovem cervo ele se aproximou.  

-M'lord, vejo que não conheceu Jon Connington ainda - assenti com a cabeça- ele é um grande amigo do seu irmão tem de conhece-lo.

- Concordo, ter um homem de confiança de Ormund ao meu lado seria fantastico.- tinha que entender o por que aquele homem inspirava tanta segurança em meu irmão a ponto de ter confiado Ponta Tempestade a ele

Quando o velho se afastou, por um momento Edward se limitou a observar os convidados. Consegui identificar alguns estandartes estampados nas roupas, dentre eles havia os dois sois e as duas luas da casa Tarth sendo ostentada por um velho com cabelos cor de palha, os dois grifos da casa Connington no peito de homens que pareciam ser cavaleiros e a adaga de cobre da casa Foote de Nocticantinga no colar de uma jovem moça de aparência comum e cabelos escorridos. Sua analise dos convidados foi interrompida pela visão de um bela moça de olhos castanhos e rosto fino, seus olhares se cruzaram por um momento mas rapidamente ela tentou evitar o contato visual olhando para o chão e afagando suas longas madeixas negras, as vestes diziam que ela era uma serva.  A cada segundo a mulher se afasta mais e mais, entretanto antes de desaparecer no meio de aglomerado de pessoas mais a frente, ainda deu uma olhadela em direção ao jovem cervo.

Seu velho conhecido e um dos guardas da sua comitiva,Bryce, o cumprimentou e começou a elogiar as belas dançarinas que se apresentava.
Seu rosto tão liso quanto um ovo agora denunciava seu estado de embriaguez pela sua vermelhidão. Buscando se livrar de seu amigo, Edward apontou a criada que a pouco o encantava e o mandou avisa-la para levar vinho aos aposentos do Baratheon mais tarde.

Então viu a aproximação de um homem ao qual batia com as descrições de Jon Connington. Sua saudação parecia apenas para manter a formalidade, todavia a forma a qual ele se comportava não o fazia parecer mais um bajulador como as outras pessoas.

- Na ultima vez que estive estive neste castelo, Ormund ainda nem tinha idade para manejar uma espada. - abri um breve sorriso e o saudei de volta- Agora ele é o Lorde Baratheon e está nós representando em Porto Real. Realmente longos anos se passaram.

A chuva do lado de fora da fortaleza apertou e os trovões rugiram alto. Tambores eram tocados em tom arrojado dentro do grande salão, causando um clima arrepiante. Enquanto outros povos pediriam a Mãe por piedade, nós das Terras da Tempestade nos sentimos em casa.

Jon Connington realmente não era um homem qualquer, a forma apaixonada a qual exaltava os habitantes da nossa região me fazia compreender o por que Ormund depositava tanta confiança nele. Foi me ensinado muitas coisas durante minha estadia na fortaleza da casa Selmy, uma das principais foi que não tem como haver um bom líder, sem conselheiros que o questionem e o façam tomar decisões certas, e este ao qual estava falando parecia um desses.

-Sem duvidas, Lorde Jon.-o alto barulho da celebração me forçava aumentar o tom da minha - Lamento não poder ver seus rostos apavorados e seus frágeis corpos tremendo quando postos de frente a um cavaleiro das Terras Tempestade.

Apesar da viagem de todos os lordes para Porto Real me parecer precipitada, tendo em vista que o herdeiro por direito era Valerion, independente de qualquer vontade de Jaehaerys. Conhecer outros grandes lordes fazia aquilo valer a pena, saber quais são os fortes que podemos contar, os poderosos que nos odeiam e os fracos aos quais conseguimos esmagar, fazia-me esperar ansiosamente pelo retorno de Lorde Baratheon com essas informações.

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A noite ficava cada vez mais escura e o cansaço da longa viagem me atacou de vez. Decidi me retirar, tomei um ultimo gole da minha cerveja e rumei aos meus aposentos. Ao sair do grande salão uns últimos sinais do festejo ainda podiam ser presenciados, alguns bêbados estavam dormindo jogados ao chão enquanto outros trocavam socos entre si, o motivo costumavam ser apostas ou competições de bebida.

Quando cheguei ao meu quarto, os braseiros já o haviam esquentado e lá dentro estava em uma temperatura muito mais confortável do que no lado de fora. Joguei água em meu rosto e passei a mão em meus cabelos buscando me preparar para dormir. Foi quando a bela serva entrou com o vinho, já havia me esquecido dela mas receberia sua visita de bom grado.

-Gosta de vinho, senhorita?- peguei a jarra a qual ela estava segurando e enchi duas taças- Antes que pense em recusar, dou-lhe minha palavra que isso não trará problemas para você.

- Como queira, m'lord- sua voz era fina e agradável de ser ouvida

- Estamos a sós, pode me chamar de Edward.- ela assentiu com a cabeça- Qual o nome da bela senhorita?

- Courtney, m'lo...- ela parou por um segundo, talvez tivesse medo de quebrar a formalidade, no entanto continuou- Edward.

- Um belo nome...- me aproximei dela e antes que pudesse continuar ela me beijou.

Courtney tinha mãos ágeis e quando me dei conta meu gibão já estava aberto. Edward então retirou as vestes daquela bela mulher enquanto beijava seu pescoço. Nua, o jovem cervo levantou seu corpo magricelo com pouco esforço e a pôs em frente a sua cama. Ela então se deitou na cama sorrindo, seus dentes não eram alinhados contudo o encantaram. Quando o lorde deu por si novamente, já estava envolta nas caricias da sua humilde serva.

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