A Premissa do Poder
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A Premissa do Poder
Jaeherys & Viserys
Os últimos raios solares banhavam a sala do trono com as poucas faixas luminosas alaranjadas que se projetavam das amplas janelas, unindo claridade e sombras em um cenário melancólico. O trono de ferro, do alto de seu esplendor, se escondia parcialmente em uma grande sombra triangular e a estreita faixa de luz que iluminava metade do assento feito de espadas também revelava a figura humana
sentada com as pernas cruzadas. Jaeherys Targaryen I mantinha as mãos entrelaçadas sobre a barriga e sustentava um olhar vago, distante. Os anéis dourados que enfeitavam ambas as mãos se destacavam no vermelho vivo da elegante túnica de veludo. Seus cabelos loiros platinados caíam-lhe como cascatas pelo ombro e, juntamente com a espessa barba projetada alguns centímetros para baixo do queixo, faziam um belo contraste com o violeta brilhante dos olhos.
No auge dos 40 anos, o rei de Westeros parecia acumular uma sabedoria secular, demonstrada pela forma pacífica com que governava os Sete Reinos e por sua habilidade de conciliação. Não era à toa que os habitantes do continente o chamavam de “Jaehaerys, O Conciliador”. E era justamente nesse título que ele pensava naquele momento. Não sabia o quanto de sua fama como conciliador era fruto exclusivo de suas ações. Isso porque o rei que ocupara anteriormente o trono, seu tio Maegor Targaryen, recebera a alcunha de “Maegor, o Cruel” e quase levara a dinastia Targaryen ao colapso. Os conflitos constantes com a Fé Militante somados à insatisfação popular haviam sido ameaças sérias nos últimos anos do governo de Maegor. Ao assumir o trono após a misteriosa morte do tio, Jaehaerys herdara a guerra com a Fé Militante, cuja resolução se dera por uma anistia concedida aos participantes da Insurreição e pela promessa de Jaehaerys de que o Trono de Ferro estaria sempre a favor da Fé dos Sete. Para acalmar o povo de Porto Real, que estivera imerso em condições precárias de saneamento e saúde, Jaehaerys, junto ao seu amigo e Mão do Rei Septão Gerald, planejara e efetuara mudanças estruturais de extrema importância em Porto Real, como construção de esgotos, fossas sépticas e inúmeros poços artesianos. O que levava o rei a esses pensamentos sobre acontecimentos passados era a estranheza causada por um longo período de paz. Era simplesmente agoniante viver sob a sombra de uma possível rebelião, pois por mais que se empenhasse, não conseguia ter a certeza plena de que todos estavam satisfeitos com sua liderança. E de fato, esse não era o caso.
- Vossa Graça! – Jaehaerys foi arrancando violentamente de seus devaneios.
Nem ao menos vira Viserys chegando ao pé da escadaria do trono. O irmão mais novo do rei, que fora nomeado Comandante da Guarda Real, vestia uma armadura dourada, cuja placa peitoral exibia o imponente dragão vermelho de três cabeças, o símbolo da Casa Targaryen. Os longos cabelos prateados de Viserys estavam amarrados em um coque alto e o cavaleiro segurava o elmo lustrado em uma das mãos.
Jaehaerys sorriu amavelmente para o irmão.
- Irmão! Já disse que essas formalidades são desnecessárias entre nós. Diga-me, o que o traz aqui?
- Eu gostaria que fosse apenas uma visita informal, Vossa Graça. Mas temo que seja algo mais preocupante. – Viserys respondeu em um tom sombrio, o que fez com que o rei se levantasse do trono, assustado.
- Diga-me, Viserys. O que está havendo?
- Uma parcela da população começou um motim na Baixada das Pulgas. Isso porque duas fossas transbordaram e os dejetos se espalharam por uma grande área, atraindo ratazanas, baratas e um número incontável de moscas. Os moradores temem a volta de antigas pragas. Começaram a atacar nossos soldados com paus e pedras, alegando que Vossa Graça os abandonou. Precisamos conter essa situação, antes que se transforme em uma rebelião fora de controle. Os soldados estão a postos, apenas aguardando uma ordem sua. – Viserys falava com apreensão, como se estivesse pronto para uma guerra.
- Soldados? Ordem minha? Por um acaso está sugerindo que isso seja resolvido com violência? Não me conhece tão bem, irmão. Consultaremos Septão Gerald para tomar as medidas cabíveis. Dispense os soldados. Depois de conversar com Gerald, irei pessoalmente à Baixada das Pulgas fazer um pronunciamento. – Jaehaerys desceu apressadamente os degraus e parou de frente para o irmão. Eram praticamente da mesma altura.
– É preciso paciência e calma para governar, irmão. Medidas apressadas geralmente trazem péssimas consequências. Caminhe comigo até a Torre da Mão, sim?
Viserys contraiu os lábios, emanando irritação. Era conhecido pelas suas extraordinárias habilidades de combate, mas não pela paciência. No entanto, não quis contrariar o rei. Conhecia o irmão suficientemente bem para saber que Jaehaerys nunca usaria a espada como solução primária.
O caminho até a Torre da Mão foi tão silencioso quanto permitia o tilintar metálico da armadura de Viserys. Embora fosse irmão do rei, o Comandante da Guarda Real se limitava à função de proteger Jaehaerys. Não era fã de muitos diálogos, ao contrário dos dois irmãos. Quando chegaram à Torre da Mão, se depararam com a porta entreaberta. Uma luz cintilante escapava pela fresta e Jaehaerys teve um péssimo pressentimento. Suavemente, bateu na porta com as costas da mão, chamando por Septão Gerald. Depois de três tentativas, nenhuma resposta veio de dentro do salão e o rei resolveu entrar por conta própria, seguido por Viserys, que segurava o cabo da Irmã Negra, a famosa espada valiriana ancestral da Casa Targaryen. Jaehaerys sentiu o coração disparar ao se deparar com a figura inerte no chão. Ao se aproximar, viu que o corpo de Septão Gerald jazia morto sobre uma enorme poça de sangue. O corte profundo no pescoço havia rasgado traqueia esôfago e deixava expostas as vértebras cervicais.
- Não pode ser! – o rei exclamou, se abaixando e olhando fixamente para o cadáver da Mão do Rei. Se ao menos tivesse olhado para trás, não teria sido surpreendido pelo golpe que veio a seguir. A lâmina de Irmã Negra atravessou o peito de Jaehaerys e o sangue escorreu em profusão pelas feridas das costas e do peito. Ele encarou a lâmina que despontava em seu peito com choque.
- Vi... Viserys. – chamou, enquanto cuspia uma quantidade considerável de sangue.
- Você mostra fraqueza demais para um rei, Jaehaerys. Não serve para governar. – os olhos violetas de Viserys brilharam com um ódio profundo. O cavaleiro enterrou ainda mais a lâmina e soltou o cabo da espada. Encurvou-se ao lado do irmão e sussurrou em seu ouvido.
- O povo deve temer seu líder. Vou garantir que isso aconteça em sua ausência.
Antes que Jaehaerys tentasse responder algo, Viserys puxou Irmã Negra de uma vez, permitindo que uma cascata escarlate jorrasse das costas e do peito do irmão.
- Adeus, Vossa Graça. – as últimas palavras de Viserys foram pronunciadas antes do golpe fatal, que separou a cabeça de Jaehaerys de seu pescoço. O corpo tombou para frente e o sangue fresco do rei se uniu ao sangue coagulado de Septão Gerald. Viserys observou a cena por alguns segundos, como se estivesse admirando uma obra de arte. Então, colocou a Irmã Negra no chão e fechou a mão de Septão Gerald em volta do cabo da espada. Da bainha presa às suas costas, retirou outra espada e colocou a na mão de Jaehaerys.
- Perfeito! – exclamou, antes de subir para o quarto da Mão e descer pela passagem secreta sob a cama.
sentada com as pernas cruzadas. Jaeherys Targaryen I mantinha as mãos entrelaçadas sobre a barriga e sustentava um olhar vago, distante. Os anéis dourados que enfeitavam ambas as mãos se destacavam no vermelho vivo da elegante túnica de veludo. Seus cabelos loiros platinados caíam-lhe como cascatas pelo ombro e, juntamente com a espessa barba projetada alguns centímetros para baixo do queixo, faziam um belo contraste com o violeta brilhante dos olhos.
No auge dos 40 anos, o rei de Westeros parecia acumular uma sabedoria secular, demonstrada pela forma pacífica com que governava os Sete Reinos e por sua habilidade de conciliação. Não era à toa que os habitantes do continente o chamavam de “Jaehaerys, O Conciliador”. E era justamente nesse título que ele pensava naquele momento. Não sabia o quanto de sua fama como conciliador era fruto exclusivo de suas ações. Isso porque o rei que ocupara anteriormente o trono, seu tio Maegor Targaryen, recebera a alcunha de “Maegor, o Cruel” e quase levara a dinastia Targaryen ao colapso. Os conflitos constantes com a Fé Militante somados à insatisfação popular haviam sido ameaças sérias nos últimos anos do governo de Maegor. Ao assumir o trono após a misteriosa morte do tio, Jaehaerys herdara a guerra com a Fé Militante, cuja resolução se dera por uma anistia concedida aos participantes da Insurreição e pela promessa de Jaehaerys de que o Trono de Ferro estaria sempre a favor da Fé dos Sete. Para acalmar o povo de Porto Real, que estivera imerso em condições precárias de saneamento e saúde, Jaehaerys, junto ao seu amigo e Mão do Rei Septão Gerald, planejara e efetuara mudanças estruturais de extrema importância em Porto Real, como construção de esgotos, fossas sépticas e inúmeros poços artesianos. O que levava o rei a esses pensamentos sobre acontecimentos passados era a estranheza causada por um longo período de paz. Era simplesmente agoniante viver sob a sombra de uma possível rebelião, pois por mais que se empenhasse, não conseguia ter a certeza plena de que todos estavam satisfeitos com sua liderança. E de fato, esse não era o caso.
- Vossa Graça! – Jaehaerys foi arrancando violentamente de seus devaneios.
Nem ao menos vira Viserys chegando ao pé da escadaria do trono. O irmão mais novo do rei, que fora nomeado Comandante da Guarda Real, vestia uma armadura dourada, cuja placa peitoral exibia o imponente dragão vermelho de três cabeças, o símbolo da Casa Targaryen. Os longos cabelos prateados de Viserys estavam amarrados em um coque alto e o cavaleiro segurava o elmo lustrado em uma das mãos.
Jaehaerys sorriu amavelmente para o irmão.
- Irmão! Já disse que essas formalidades são desnecessárias entre nós. Diga-me, o que o traz aqui?
- Eu gostaria que fosse apenas uma visita informal, Vossa Graça. Mas temo que seja algo mais preocupante. – Viserys respondeu em um tom sombrio, o que fez com que o rei se levantasse do trono, assustado.
- Diga-me, Viserys. O que está havendo?
- Uma parcela da população começou um motim na Baixada das Pulgas. Isso porque duas fossas transbordaram e os dejetos se espalharam por uma grande área, atraindo ratazanas, baratas e um número incontável de moscas. Os moradores temem a volta de antigas pragas. Começaram a atacar nossos soldados com paus e pedras, alegando que Vossa Graça os abandonou. Precisamos conter essa situação, antes que se transforme em uma rebelião fora de controle. Os soldados estão a postos, apenas aguardando uma ordem sua. – Viserys falava com apreensão, como se estivesse pronto para uma guerra.
- Soldados? Ordem minha? Por um acaso está sugerindo que isso seja resolvido com violência? Não me conhece tão bem, irmão. Consultaremos Septão Gerald para tomar as medidas cabíveis. Dispense os soldados. Depois de conversar com Gerald, irei pessoalmente à Baixada das Pulgas fazer um pronunciamento. – Jaehaerys desceu apressadamente os degraus e parou de frente para o irmão. Eram praticamente da mesma altura.
– É preciso paciência e calma para governar, irmão. Medidas apressadas geralmente trazem péssimas consequências. Caminhe comigo até a Torre da Mão, sim?
Viserys contraiu os lábios, emanando irritação. Era conhecido pelas suas extraordinárias habilidades de combate, mas não pela paciência. No entanto, não quis contrariar o rei. Conhecia o irmão suficientemente bem para saber que Jaehaerys nunca usaria a espada como solução primária.
O caminho até a Torre da Mão foi tão silencioso quanto permitia o tilintar metálico da armadura de Viserys. Embora fosse irmão do rei, o Comandante da Guarda Real se limitava à função de proteger Jaehaerys. Não era fã de muitos diálogos, ao contrário dos dois irmãos. Quando chegaram à Torre da Mão, se depararam com a porta entreaberta. Uma luz cintilante escapava pela fresta e Jaehaerys teve um péssimo pressentimento. Suavemente, bateu na porta com as costas da mão, chamando por Septão Gerald. Depois de três tentativas, nenhuma resposta veio de dentro do salão e o rei resolveu entrar por conta própria, seguido por Viserys, que segurava o cabo da Irmã Negra, a famosa espada valiriana ancestral da Casa Targaryen. Jaehaerys sentiu o coração disparar ao se deparar com a figura inerte no chão. Ao se aproximar, viu que o corpo de Septão Gerald jazia morto sobre uma enorme poça de sangue. O corte profundo no pescoço havia rasgado traqueia esôfago e deixava expostas as vértebras cervicais.
- Não pode ser! – o rei exclamou, se abaixando e olhando fixamente para o cadáver da Mão do Rei. Se ao menos tivesse olhado para trás, não teria sido surpreendido pelo golpe que veio a seguir. A lâmina de Irmã Negra atravessou o peito de Jaehaerys e o sangue escorreu em profusão pelas feridas das costas e do peito. Ele encarou a lâmina que despontava em seu peito com choque.
- Vi... Viserys. – chamou, enquanto cuspia uma quantidade considerável de sangue.
- Você mostra fraqueza demais para um rei, Jaehaerys. Não serve para governar. – os olhos violetas de Viserys brilharam com um ódio profundo. O cavaleiro enterrou ainda mais a lâmina e soltou o cabo da espada. Encurvou-se ao lado do irmão e sussurrou em seu ouvido.
- O povo deve temer seu líder. Vou garantir que isso aconteça em sua ausência.
Antes que Jaehaerys tentasse responder algo, Viserys puxou Irmã Negra de uma vez, permitindo que uma cascata escarlate jorrasse das costas e do peito do irmão.
- Adeus, Vossa Graça. – as últimas palavras de Viserys foram pronunciadas antes do golpe fatal, que separou a cabeça de Jaehaerys de seu pescoço. O corpo tombou para frente e o sangue fresco do rei se uniu ao sangue coagulado de Septão Gerald. Viserys observou a cena por alguns segundos, como se estivesse admirando uma obra de arte. Então, colocou a Irmã Negra no chão e fechou a mão de Septão Gerald em volta do cabo da espada. Da bainha presa às suas costas, retirou outra espada e colocou a na mão de Jaehaerys.
- Perfeito! – exclamou, antes de subir para o quarto da Mão e descer pela passagem secreta sob a cama.
NPC
Re: A Premissa do Poder
Vaella
Vaella Targaryen não conseguia acreditar na cena registrada por seus olhos. Era como se tivesse sido subitamente tragada para o pior pesadelo de sua vida e lutasse inutilmente para se livrar. Nos últimos vinte minutos, tudo o que conseguiu fazer foi permanecer ajoelhada na enorme poça de sangue no salão da Torre da Mão segurando a cabeça decepada do próprio marido em seu colo. Os olhos opacos arregalados e a boca entreaberta de Jaehaerys compunham uma expressão de puro choque.
- O que fizeram com você, amado? – ela segurou a cabeça na altura dos olhos e a aninhou novamente na barriga.
Talvez tivesse ficado na mesma posição por toda a noite, não fosse a chegada repentina do Grande Meistre Tackard. O homem de setenta anos não conseguiu conter um grito de esespero quando adentrou o salão e se deparou com os dois corpos inertes.
- Vossa Graça! – ele exclamou, caminhando o mais rápido que suas pernas permitiam até a rainha.
- Veja, Tackard. Veja o que fizeram com meu Jaehaerys. – Vaella, com os olhos transbordando em lágrimas, virou o rosto da cabeça decepada para o Grande Meistre.
Tackard sentiu uma intensa queimação subir do estômago para o esôfago e o sabor azedo do líquido quente, que tentou se projetar para fora. Esforçou-se para controlar a ânsia e desviou o olhar da cabeça do rei. Tentando desviar o olhar dos cadáveres, aproximou-se da rainha e fechou a mão sobre seu ombro.
- Venha, alteza. Precisa sair daqui. Por favor, venha comigo.
- Por que, Tackard? Por que alguém mataria meu Jaehaerys? – ela pousou os olhos violetas nos do Grande Meistre.
- As forças das sombras agem de forma misteriosa no coração dos homens, Vossa Graça. Pessoas boas como nós somos incapazes de compreender como o mal funciona. Por gentileza, alteza. Preciso retirá-la daqui. Devemos enviar a Guarda Real atrás do responsável o quanto antes. Para isso, precisamos avaliar o que aconteceu aqui.
Com relutância, Vaella se levantou, pousando delicadamente a cabeça de Jaehaerys próximo ao seu corpo.
- Prometa-me que vai descobrir quem fez isso, Meistre Tackard.
- Farei o meu máximo para isso, Vossa Graça.
- EU QUERO QUE ME PROMETA! – a voz da rainha explodiu, reverberando por todo o salão, enquanto chacoalhava o velho homem com as duas mãos.
- Eu prometo, vossa graça. Reunirei a melhor equipe para desvendar essa tragédia. Pode ter certeza de que o farei, sim. Sem dúvida.
Meistre Tackard ofereceu gentilmente o braço para a rainha e ambos caminharam para fora da Torre da Mão, deixando para trás o aroma carregado de sangue. Não haviam dado mais do que cinco passos, quando tilintar o metálico de armaduras cortou o silêncio noturno. Dois cavaleiros da Guarda Real se aproximaram, afobados. O mais jovem foi quem falou primeiro.
- O que aconteceu, Vossa Graça? Ouvimos um grito.
- O rei está morto. Foi assassinado dentro da Torre da Mão. Corrijam-me se eu estiver errado, mas não é função da Guarda Real proteger o rei e sua família? – Meistre Tackard os encarava com firmeza no olhar.
A cor sumiu do rosto dos homens, que não conseguiram responder qualquer coisa. Estavam paralisados pelo choque e pelo medo.
- Tirem seus elmos. – Vaella ordenou, se desvencilhando da mão de Tackard.
Os cavaleiros obedeceram imediatamente. Apesar de partilharem a mesma altura, os dois cavaleiros não poderiam ser mais diferentes. O velho, de nome Criston Cole, já havia perdido a maior parte dos fios de cabelo, enquanto a cabeça do mais novo era, Steffon Baratheon, era enfeitada por uma basta cabeleira ondulada e preta como carvão.
- Por que não protegeram seu rei? – Vaella olhou furiosa de um para o outro.
- Vossa Graça, nós estávamos... – Sor Criston não conseguiu terminar a frase, pois foi surpreendido por um bofetão violento da rainha em seu rosto.
- Por que não protegeram seu rei? – ela repetiu.
- Não sabíamos que... – Sor Steffon tentou responder, mas também foi interrompido por um bofetão da rainha.
- Vocês são criaturas inúteis. Sabem disso, não é? Entendem que falharam na única missão que lhes fora designada? Entendem a gravidade disso?
- Vossa Graça. – Meistre Tackard interviu. – Quem quer que tenha feito isso, sabia muito bem como despistar os guardas. Não acredito que os nobres cavaleiros poderiam ter feito algo para evitar que alguém empenhado assassinasse o rei.
A rainha pareceu ponderar aquelas palavras.
- Senhores, por que não escoltam a rainha até seus aposentos? Na volta, tragam os guardas restantes até aqui e avisem o Comandante Viserys. Preciso de mais cabeças para descobrir o que aconteceu na noite de hoje. – o velho meistre virou-se para a rainha. – Deve descansar, Vossa Graça. Cuidarei para que avisem seus filhos e pedirei para que organizem um funeral apropriado. Dias difíceis virão. - Ao se certificar de que a rainha e os guardas haviam sumido de vista, Tackard voltou para dentro do salão da Torre da Mão.
No caminho de volta para os aposentos, Vaella fez um esforço descomunal para controlar as próprias emoções. Existia uma traição evidente no assassinato de seu marido, mas ela se recusava a acreditar que tinha vindo de alguém tão próximo. Quando estavam a alguns metros da porta do quarto, a rainha limpou as lágrimas com os nós dos dedos e virou-se para Sor Steffon Baratheon.
- Por que não estavam ao lado do rei?
- Porque estávamos seguindo ordens, Vossa Graça. – o cavaleiro respondeu, nervoso.
- Ordens de quem?
- Do Comandante da Guarda Real, Sor Viserys Targayen, majestade. – Steffon havia conquistado a atenção da rainha.
- E quais eram as ordens?
- Que fizéssemos uma ronda na Fortaleza Vermelha, porque ele se encarregaria de proteger o rei Jaehaerys, Vossa Graça.
Vaella parou de caminhar no mesmo momento e fitou a porta de madeira que a separava de seu quarto. Sentiu um vazio abissal dentro do peito quando ousou pensar em algo tão absurdo.
"Ele não seria capaz disso. Não. Nunca faria mal ao próprio irmão. Não ao irmão que o nomeou Comandante da Guarda Real. Não ao irmão que sempre o tratou com infinita bondade. Isso precisa ser resolvido. Hoje."
- Sor Steffon, Sor Criston, levem-me para o Salão do Trono. – ela pediu, em tom soturno.
- O que fizeram com você, amado? – ela segurou a cabeça na altura dos olhos e a aninhou novamente na barriga.
Talvez tivesse ficado na mesma posição por toda a noite, não fosse a chegada repentina do Grande Meistre Tackard. O homem de setenta anos não conseguiu conter um grito de esespero quando adentrou o salão e se deparou com os dois corpos inertes.
- Vossa Graça! – ele exclamou, caminhando o mais rápido que suas pernas permitiam até a rainha.
- Veja, Tackard. Veja o que fizeram com meu Jaehaerys. – Vaella, com os olhos transbordando em lágrimas, virou o rosto da cabeça decepada para o Grande Meistre.
Tackard sentiu uma intensa queimação subir do estômago para o esôfago e o sabor azedo do líquido quente, que tentou se projetar para fora. Esforçou-se para controlar a ânsia e desviou o olhar da cabeça do rei. Tentando desviar o olhar dos cadáveres, aproximou-se da rainha e fechou a mão sobre seu ombro.
- Venha, alteza. Precisa sair daqui. Por favor, venha comigo.
- Por que, Tackard? Por que alguém mataria meu Jaehaerys? – ela pousou os olhos violetas nos do Grande Meistre.
- As forças das sombras agem de forma misteriosa no coração dos homens, Vossa Graça. Pessoas boas como nós somos incapazes de compreender como o mal funciona. Por gentileza, alteza. Preciso retirá-la daqui. Devemos enviar a Guarda Real atrás do responsável o quanto antes. Para isso, precisamos avaliar o que aconteceu aqui.
Com relutância, Vaella se levantou, pousando delicadamente a cabeça de Jaehaerys próximo ao seu corpo.
- Prometa-me que vai descobrir quem fez isso, Meistre Tackard.
- Farei o meu máximo para isso, Vossa Graça.
- EU QUERO QUE ME PROMETA! – a voz da rainha explodiu, reverberando por todo o salão, enquanto chacoalhava o velho homem com as duas mãos.
- Eu prometo, vossa graça. Reunirei a melhor equipe para desvendar essa tragédia. Pode ter certeza de que o farei, sim. Sem dúvida.
Meistre Tackard ofereceu gentilmente o braço para a rainha e ambos caminharam para fora da Torre da Mão, deixando para trás o aroma carregado de sangue. Não haviam dado mais do que cinco passos, quando tilintar o metálico de armaduras cortou o silêncio noturno. Dois cavaleiros da Guarda Real se aproximaram, afobados. O mais jovem foi quem falou primeiro.
- O que aconteceu, Vossa Graça? Ouvimos um grito.
- O rei está morto. Foi assassinado dentro da Torre da Mão. Corrijam-me se eu estiver errado, mas não é função da Guarda Real proteger o rei e sua família? – Meistre Tackard os encarava com firmeza no olhar.
A cor sumiu do rosto dos homens, que não conseguiram responder qualquer coisa. Estavam paralisados pelo choque e pelo medo.
- Tirem seus elmos. – Vaella ordenou, se desvencilhando da mão de Tackard.
Os cavaleiros obedeceram imediatamente. Apesar de partilharem a mesma altura, os dois cavaleiros não poderiam ser mais diferentes. O velho, de nome Criston Cole, já havia perdido a maior parte dos fios de cabelo, enquanto a cabeça do mais novo era, Steffon Baratheon, era enfeitada por uma basta cabeleira ondulada e preta como carvão.
- Por que não protegeram seu rei? – Vaella olhou furiosa de um para o outro.
- Vossa Graça, nós estávamos... – Sor Criston não conseguiu terminar a frase, pois foi surpreendido por um bofetão violento da rainha em seu rosto.
- Por que não protegeram seu rei? – ela repetiu.
- Não sabíamos que... – Sor Steffon tentou responder, mas também foi interrompido por um bofetão da rainha.
- Vocês são criaturas inúteis. Sabem disso, não é? Entendem que falharam na única missão que lhes fora designada? Entendem a gravidade disso?
- Vossa Graça. – Meistre Tackard interviu. – Quem quer que tenha feito isso, sabia muito bem como despistar os guardas. Não acredito que os nobres cavaleiros poderiam ter feito algo para evitar que alguém empenhado assassinasse o rei.
A rainha pareceu ponderar aquelas palavras.
- Senhores, por que não escoltam a rainha até seus aposentos? Na volta, tragam os guardas restantes até aqui e avisem o Comandante Viserys. Preciso de mais cabeças para descobrir o que aconteceu na noite de hoje. – o velho meistre virou-se para a rainha. – Deve descansar, Vossa Graça. Cuidarei para que avisem seus filhos e pedirei para que organizem um funeral apropriado. Dias difíceis virão. - Ao se certificar de que a rainha e os guardas haviam sumido de vista, Tackard voltou para dentro do salão da Torre da Mão.
No caminho de volta para os aposentos, Vaella fez um esforço descomunal para controlar as próprias emoções. Existia uma traição evidente no assassinato de seu marido, mas ela se recusava a acreditar que tinha vindo de alguém tão próximo. Quando estavam a alguns metros da porta do quarto, a rainha limpou as lágrimas com os nós dos dedos e virou-se para Sor Steffon Baratheon.
- Por que não estavam ao lado do rei?
- Porque estávamos seguindo ordens, Vossa Graça. – o cavaleiro respondeu, nervoso.
- Ordens de quem?
- Do Comandante da Guarda Real, Sor Viserys Targayen, majestade. – Steffon havia conquistado a atenção da rainha.
- E quais eram as ordens?
- Que fizéssemos uma ronda na Fortaleza Vermelha, porque ele se encarregaria de proteger o rei Jaehaerys, Vossa Graça.
Vaella parou de caminhar no mesmo momento e fitou a porta de madeira que a separava de seu quarto. Sentiu um vazio abissal dentro do peito quando ousou pensar em algo tão absurdo.
"Ele não seria capaz disso. Não. Nunca faria mal ao próprio irmão. Não ao irmão que o nomeou Comandante da Guarda Real. Não ao irmão que sempre o tratou com infinita bondade. Isso precisa ser resolvido. Hoje."
- Sor Steffon, Sor Criston, levem-me para o Salão do Trono. – ela pediu, em tom soturno.
NPC
Re: A Premissa do Poder
Valerion
Valerion Targaryen caminhava impaciente pelo Bosque Sagrado. Andava em círculos, olhando para todos os lados com ansiedade. Quanto mais tempo teria de esperar? Acompanhara cada etapa do anoitecer e agora esperava ali, sozinho na escuridão da noite. Estava quase sendo tomado por uma intensa irritação, quando ouviu o som de passos ecoando. Virou o rosto para e direita e viu que, pelo caminho de pedra, seu tio Viserys caminhava rapidamente. Sabia que era ele pela forma como a armadura, cuidadosamente polida, brilhava mesmo na escuridão. Quando se aproximou o suficiente, Valerion perguntou em voz baixa.
- Está feito?
- Está. - Respondeu Viserys, com o semblante sério. Mostrava um pouco de inquietação, algo incomum para o impassível Comandante da Guarda Real.
- Ele sofreu muito? – Velarion estalava os dedos de ambas as mãos e não conseguia esconder o nervosismo. Um sorriso sádico estampava seu rosto, enquanto aguardava pela resposta do tio.
- Dois golpes rápidos. Jaehaerys está morto, e levei junto a Mão. Não poderia deixa-lo viver. Eventualmente, se mostraria um inimigo perigoso. Ainda temos alguns dias até que minha querida irmã organize um Conselho Real, mas você precisa zelar por sua imagem de agora em diante. - Virava-se de costas para o Príncipe, como se já estivesse pronto para prosseguir seu caminho, o que era indicado pela forma como a mão direita se fechava sobre o punho da espada.
- E se optarem por Maegelle? A morte do Rei não pode ser em vão. – Valerion interrompeu sua saída.
- Assassinato, Valerion, encare isso como realmente é. De qualquer forma, caso Maegelle venha a reinar, temos pelo menos dez mil homens prontos para brandir espadas em seu nome.
- Se seguirmos como combinado, esse número pode aumentar com o apoio de outras casas. Tomarei o trono, nem que seja a força. - Ambos seguiram caminhos diferentes, para que pudessem prosseguir com suas respectivas atuações. Um único pensamento permeava a mente do príncipe diante de tudo aquilo. Preciso ser persuasivo perante o conselho. Seria tremendamente mais fácil assumir meu lugar de direito. Mas caso eu precise de guerra. Bem, que venha a guerra.
Ao caminhar rumo a Fortaleza Vermelha, Valerion foi surpreendido por Meistre Tackard, chegava simultaneamente. Ele notou a palidez que se espalhava pelo rosto do Meistre e fingiu uma expressão de confusão.
- O que está acontecendo, Meistre Tackard?
- Por gentileza, alteza. Queira se dirigir à sala do Trono. Algo terrível, terrível aconteceu! – Tackerd parecia estar completamente perdido, pela primeira vez na vida.
Valerion sabia o que o aguardava na sala do Trono e precisava ensaiar uma reação condizente quando se encontrasse com a sua família.
Ao lado das portas da grande sala, um total de vinte e cinco soldados Targaryen estavam posicionados. Ao adentrar o salão, Valerion viu, próximo ao trono de ferro, o pequeno grupo formado por seus irmãos e sua esposa. Viserra havia desatado a chorar descontroladamente e uma tristeza profunda se instalara em seu peito. Maegelle, a irmã mais velha, envolvia a outra em um abraço apertado e tentava se manter forte.
- Espero que tenha uma boa desculpa para sumir pela noite em uma hora extremamente delicada como essa. Onde é que você estava? – Gaemon caminhou rápido em sua direção. Havia abandonado toda a simpatia e cordialidade de costume e adotado um tom agressivo.
- O que é que está acontecendo? – Valerion perguntou, tentando imprimir desespero.
- O seu pai, o seu rei, está morto. Fora morto junto ao Septão Gerald. – Mestre Tackard trazia a informação logo atrás do príncipe.
Nas escadas do trono, Sor Royals Lefford montava guarda para as irmãs Maegelle e Vissera. O rosto de Maegella se transformou quando colocou os olhos em Valerion. Um sentimento de ódio puro a dominou por completo e ela levantou o dedo em riste. Suas palavras ecoaram pelo salão.
- Foi você!
Um silêncio absoluto se seguiu. A tensão de uma discussão iminente entre os membros da realeza se espalhava por todas as pessoas do salão. No entanto, antes que qualquer outra voz se levantasse, a rainha Vaella Targaryen entrou na sala, acompanhada por Sor Criston Cole e Sor Steffon Baratheon.
- Calem-se! – ela gritou ao longe, se aproximando rapidamente dos filhos. – Agora não é o momento para fazer acusações. Seu pai, seu rei, está morto. Todos fora dessa sala são nossos inimigos em potencial e não podemos nos voltar um contra o outro nesse momento.
Notando que as pessoas da sala continuavam em silêncio, Vaella voltou a falar em voz alta.
- Meistre Tackard, onde está Viserys? Não pediu que o chamassem?
- Vossa Graça, as portas do Fosso dos Dragões estavam abertas. Nem Viserys, nem Caraxes foram encontrados.
Vaella voltou-se visivelmente irritada para os soldados que montavam guarda ao lado das grandes portas. - Fechem a sala. Nenhuma pessoa deixa esse lugar sem que saibamos o que diabos está acontecendo nessa Fortaleza.
- Está feito?
- Está. - Respondeu Viserys, com o semblante sério. Mostrava um pouco de inquietação, algo incomum para o impassível Comandante da Guarda Real.
- Ele sofreu muito? – Velarion estalava os dedos de ambas as mãos e não conseguia esconder o nervosismo. Um sorriso sádico estampava seu rosto, enquanto aguardava pela resposta do tio.
- Dois golpes rápidos. Jaehaerys está morto, e levei junto a Mão. Não poderia deixa-lo viver. Eventualmente, se mostraria um inimigo perigoso. Ainda temos alguns dias até que minha querida irmã organize um Conselho Real, mas você precisa zelar por sua imagem de agora em diante. - Virava-se de costas para o Príncipe, como se já estivesse pronto para prosseguir seu caminho, o que era indicado pela forma como a mão direita se fechava sobre o punho da espada.
- E se optarem por Maegelle? A morte do Rei não pode ser em vão. – Valerion interrompeu sua saída.
- Assassinato, Valerion, encare isso como realmente é. De qualquer forma, caso Maegelle venha a reinar, temos pelo menos dez mil homens prontos para brandir espadas em seu nome.
- Se seguirmos como combinado, esse número pode aumentar com o apoio de outras casas. Tomarei o trono, nem que seja a força. - Ambos seguiram caminhos diferentes, para que pudessem prosseguir com suas respectivas atuações. Um único pensamento permeava a mente do príncipe diante de tudo aquilo. Preciso ser persuasivo perante o conselho. Seria tremendamente mais fácil assumir meu lugar de direito. Mas caso eu precise de guerra. Bem, que venha a guerra.
Ao caminhar rumo a Fortaleza Vermelha, Valerion foi surpreendido por Meistre Tackard, chegava simultaneamente. Ele notou a palidez que se espalhava pelo rosto do Meistre e fingiu uma expressão de confusão.
- O que está acontecendo, Meistre Tackard?
- Por gentileza, alteza. Queira se dirigir à sala do Trono. Algo terrível, terrível aconteceu! – Tackerd parecia estar completamente perdido, pela primeira vez na vida.
Valerion sabia o que o aguardava na sala do Trono e precisava ensaiar uma reação condizente quando se encontrasse com a sua família.
Ao lado das portas da grande sala, um total de vinte e cinco soldados Targaryen estavam posicionados. Ao adentrar o salão, Valerion viu, próximo ao trono de ferro, o pequeno grupo formado por seus irmãos e sua esposa. Viserra havia desatado a chorar descontroladamente e uma tristeza profunda se instalara em seu peito. Maegelle, a irmã mais velha, envolvia a outra em um abraço apertado e tentava se manter forte.
- Espero que tenha uma boa desculpa para sumir pela noite em uma hora extremamente delicada como essa. Onde é que você estava? – Gaemon caminhou rápido em sua direção. Havia abandonado toda a simpatia e cordialidade de costume e adotado um tom agressivo.
- O que é que está acontecendo? – Valerion perguntou, tentando imprimir desespero.
- O seu pai, o seu rei, está morto. Fora morto junto ao Septão Gerald. – Mestre Tackard trazia a informação logo atrás do príncipe.
Nas escadas do trono, Sor Royals Lefford montava guarda para as irmãs Maegelle e Vissera. O rosto de Maegella se transformou quando colocou os olhos em Valerion. Um sentimento de ódio puro a dominou por completo e ela levantou o dedo em riste. Suas palavras ecoaram pelo salão.
- Foi você!
Um silêncio absoluto se seguiu. A tensão de uma discussão iminente entre os membros da realeza se espalhava por todas as pessoas do salão. No entanto, antes que qualquer outra voz se levantasse, a rainha Vaella Targaryen entrou na sala, acompanhada por Sor Criston Cole e Sor Steffon Baratheon.
- Calem-se! – ela gritou ao longe, se aproximando rapidamente dos filhos. – Agora não é o momento para fazer acusações. Seu pai, seu rei, está morto. Todos fora dessa sala são nossos inimigos em potencial e não podemos nos voltar um contra o outro nesse momento.
Notando que as pessoas da sala continuavam em silêncio, Vaella voltou a falar em voz alta.
- Meistre Tackard, onde está Viserys? Não pediu que o chamassem?
- Vossa Graça, as portas do Fosso dos Dragões estavam abertas. Nem Viserys, nem Caraxes foram encontrados.
Vaella voltou-se visivelmente irritada para os soldados que montavam guarda ao lado das grandes portas. - Fechem a sala. Nenhuma pessoa deixa esse lugar sem que saibamos o que diabos está acontecendo nessa Fortaleza.
- Corvos foram enviados pelo Meistre a todas Grandes Casas de Westeros para avisar do acontecido.
NPC
Re: A Premissa do Poder
Maegelle
A rainha Vaella Targaryen, sentada no trono de ferro, aguardava que o burburinho no salão se dissipasse para que pudesse fazer o pronunciamento. Maegelle Targaryen, a filha mais velha, permanecia de pé ao lado direito da mãe segurando a mão do seu irmão mais novo e marido, Gaemon Targaryen. Do lado esquerdo da rainha, Valerion Targaryen encarava as pessoas do salão com seriedade ao lado da irmã Viserra.
Vez ou outra, Maegelle virava a cabeça para a esquerda e estudava as expressões faciais de Valerion que, embora derramasse algumas lágrimas, parecia um tanto indiferente frente a situação. Talvez ela pensasse dessa forma apenas por implicância, já que os dois não partilhavam uma boa relação. Talvez a reação dele fosse menos intensa pelo fato de não ter uma relação tão amigável com o pai. A bem da verdade, Valerion sempre fora mais próximo do tio Viserys Targaryen do que do próprio pai.
Os pensamentos espalhavam-se rápido pela mente de Maegelle e ela não conseguia freá-los para sentir o luto. Tio Viserys deixou Porto Real montado em Caraxes no mesmo dia em que seu irmão e rei foi assassinado. Provavelmente, voltou para Pedra do Dragão, mas por que hoje? Isso só o transforma no maior suspeito. Será que ele queria que pensassem assim? O que será que Viserys pode estar acobertando?
No fundo, Maegelle não acreditava que seu irmão fosse capaz de assassinar o próprio pai a sangue-frio, mas onde diabos ele estava enquanto os guardas corriam frenéticos gritando “O rei foi assassinado!” por todos os cantos da Fortaleza Vermelha? Era bastante estranho que tivesse sido o último dos irmãos a chegar na sala dos tronos com uma diferença de pelo menos vinte minutos.
De qualquer forma, a primeira coisa que faria como rainha seria ordenar ao Mestre dos Sussurros que coletasse todas as informações possíveis a respeito do brutal assassinato de seu pai. Os envolvidos com certeza seriam devidamente julgados e condenados.
O ruído das vozes que tomavam conta do salão parecia longe de cessar e, por isso, a rainha Vaella Targaryen, impaciente, levantou uma mão para o alto, como se estivesse pedindo permissão para falar. A ironia fez com que os presentes se calassem instantaneamente.
- Como todos vocês sabem, esse é um momento de extrema dificuldade para todos nós. Perdemos o rei e a Mão do Rei na mesma noite e não consigo conceber uma tragédia desse tamanho. Como irmã e como esposa de Jaehaerys Targaryen, posso dizer que meu coração está despedaçado. Contudo, não posso me eximir de minhas obrigações como governante provisória de Porto Real.
- Talvez muitos de vocês não saibam, mas há alguns anos, em uma reunião informal, o rei Jaehaerys havia deixado clara a sua vontade de que nossa filha, Maegelle Targaryen fosse a rainha dos Sete Reinos após sua morte.
Maegelle Targaryen deu um passo à frente e se controlou para que as lágrimas não se derramassem de seus olhos. A rainha continuou o pronunciamento.
- No entanto, é sabido que existe uma tradição na família Targaryen que coloca o primeiro filho homem como herdeiro legítimo do trono e isso também não pode ser ignorado.
Maegelle, claramente surpresa, inclinou-se na direção da mãe, mas Gaemon a puxou de volta, fazendo uma negativa com a cabeça.
- Por essa razão, convocaremos os grandes Lordes de Westeros para integrar o Conselho Real, que decidirá qual de meus filhos será o herdeiro legítimo do Trono de Ferro.
Uma grande agitação tomou conta dos soldados. Maegelle Targaryen carregava uma expressão de puro choque. Olhou para a mãe e depois para Valerion, que a observava com um sorriso de canto. Os lábios dele se movimentaram, formando as palavras “Eu serei o rei” silenciosamente.
- Grande Meistre Tackard. – a rainha vociferou por cima de todas as outras vozes. – Envie os corvos para todos os Lordes de Westeros e também para o Príncipe Martell. Todos devem estar em Porto Real em um mês a partir de hoje para que possamos dar início ao Conselho Real. Soldados, abram as portas.
A rainha esperou até que o Grande Meistre Tackard cruzasse todo a sala do trono para que descesse os degraus. Maegelle desceu os degraus atrás da mãe, visivelmente irritada.
- O que significa isso, mãe? – ela questionou, segurando o braço da rainha.
Vaella olhou para a mão que segurava seu braço e para a filha, que a largou instantaneamente.
- Está decidido, Maegelle. Nada do que dirá fará diferença agora.
Vaella Targaryen caminhou lentamente para a saída. Gaemon e Visserra estavam tão chocados quanto a própria Maegelle, que se virou e caminhou até Valerion.
- Eu vou provar que você está por trás disso, Valerion. Quero ver para onde vai seu apoio depois que sua farsa for descoberta.
Sem aguardar qualquer resposta, Maegelle se retirou da sala pisando firme.
NPC
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